sexta-feira, dezembro 30, 2005
sexta-feira, dezembro 23, 2005
-Aquele debate televisivo-
E ali se perdeu a réstia de dignidade deste país. (Sim, eu ainda pensava que a tínhamos)!
sexta-feira, dezembro 09, 2005
sexta-feira, dezembro 02, 2005
Instante de Desejo
quarta-feira, novembro 30, 2005
A Esquizofrenia da Virtude
"Mas cara Virtude, para seres ainda mais virtuosa não há nada como um sono de beleza prolongado para não danificar as rugas do tempo e o cansaço da perfeição"- alegou a Preguiça.
Ora visto que o Tempo está cada vez mais moribundo, e o cansaço padece de Alzheimer (esquece-se frequentemente que se cansa!) a Virtude achou por bem dar ouvidos à Preguiça - que se apresentou naquele dia toda aperaltada de falsos fundamentos dissimuladores.
Assim, rendida às técnicas do marketing e do consumismo, a Virtude, julgando ficar mais formosa em intelecto, decidiu quedar-se em casa...
Ao cair da noite. E sem que nada acontecesse, ela explodiu em pranto, perante o riso cínico da Preguiça que, naquele dia, se dignara a visitar V.
Depois, decidiu ultrajar-se e demitiu-se do cargo "imortal" a que alguém, um dia, a incumbira. Talvez por isso a Virtude tenha deixado de dar notícias. Está num centro psiquiátrico há anos. Motivo? Sofre de esquizofrenia crónica...Bem crónica!
segunda-feira, novembro 28, 2005
Incompetência?
quarta-feira, novembro 23, 2005
terça-feira, novembro 15, 2005
domingo, novembro 13, 2005
-Dias ténues em compasso apressado-
sexta-feira, novembro 04, 2005
-Inquirições da Alma-
Mais queria ela saber das razões por que dom Rigolletto saira ornado nas suas melhores roupas, perfumado com aroma de jasmim e lenço alvo no bolsa da jaqueta, como quando saía para os bailes nobres dos Castelhanos del Sario - a casa ao lado do grande lago que premeia o jardim de Aurélia (a virgem).
Está claro (seria?) que podia tratar-se de um caso amoroso clandestino. Um vício entranhado que falava mais alto. Será que dom Rigolletto deixara as malhas do jogo apunhalá-lo pelas costas? Ou, então, Dom Rigolletto andava inclinado para negócios obscuros de tráfico de rapé; ou lenços de seda?
Mas ele estava mais que ornado. Não saira sem a sua máscara viril. O pó branco que lhe cobria a cara. A cabeleira barroca, branca, que lhe escondia o cabelo. O sinal petulante que lhe adornava os contornos do lábio. Dom Rigolletto saira aprumado. E isso, ninguém contesta. Nem dona Júlia. Que horas antes se deixara enternecer nos braços gentis e másculos do italiano emprestado. (Rigolletto não era o nome de família).
Mas afinal ele seria artista? Contrabandista? Poeta boémio de ilustres casas de meretrizes? Ela não sabia. Por isso prometia vigília certa para um interrogatório apertado, sem tréguas, nem piedade. Ela não tolerava a traição. Nem sequer imaginava desculpa plausível para tal escape ao anunciar da aurora.
Foi durante estas e outras divagações que a dobradiça da janela guinchou. E com ela eis o foragido da noite; que em pézinhos de lã, ensaiava uma entrada (triunfalmente silenciosa- tentava!) na sala por onde havia saído.
Dona Júlia aguardou o final do exercício de destreza do amado. Depois inundou a sala com a luz de dois candeeiros de petróleo, para mostrar a sua presença (fúria e desagrado). Pálido (o pó branco assim o queria) dom Rigolletto arregalou os olhos e depois perdeu-lhes o domínio e desatou num pranto desafinado, soltando graves e agudos, sem grande consideração pela harmonia musical. Confessou-lhe a tormenta. Afinal havia desculpa. Contou-lhe as perdições sentidas e as paixões da alma.
O inquérito durou mais de duas horas. A neurose estava confessada. E dona Júlia concedeu-lhe o desejo de sair todas as madrugadas, sem inquirições da alma.
terça-feira, novembro 01, 2005
-Le soirée eterne-
sexta-feira, outubro 28, 2005
- O tavão aniquilado-
quinta-feira, outubro 27, 2005
[-Uivar da Aurora-]
quarta-feira, outubro 26, 2005
- O alter ego do capitão-
Reza a mulher de contas negras, que a bela de saia branca e liga preta - farta em peles de peito e aprumada de pernas e ancas - não se deixou perder de amores pela frugalidade de um amor à capitão, que sem porto e guarida, vagueava itinerante pela rama, sem raízes. Mais conta a mulher de contas negras, sabida e envolta num véu rendado, que usava para esconder uma beleza casta, que a rapariga de saia branca se apaixonou por dom Liberto, o pescador, homem da terra e irmão do capitão.
segunda-feira, outubro 24, 2005
-Partida-
segunda-feira, outubro 17, 2005
- O quarto de Júpiter-
sexta-feira, outubro 14, 2005
-Nobel da Literatura-
sábado, outubro 08, 2005
Estou mais além da solidão constrangida,
Que se perde no rosto do juízo terminal. Sem fé.
Infinitamente só e irreal.
Estou para além das querelas fingidas.
Do jeito fugidio da lobrigada investida da crença.
São vozes que se perdem cá dentro,
No recesso manietado da intempérie das palavras.
Fundem-se em querelas vorazes, sujeitas à inflectida
Cadeira judicial do tempo inflexível.
Imperdoável ao desleixo tardio, pueril e esquecido.
Não interessa. Deixa-se para além da mais crua certeza fingida.
Da realidade que não sente. Não sabe, não conhece.
Como se esquece! Como se retira da vida com o sonho.
Com a indemnização tardia de um sopro de pensamento que outrora superava.
Meretriz voz que o arranca à raiz insaciável, altiva, soberba!
Casta lividez! Como se o manto que enrola a pele tivesse algo de novo!
Fluência! Parte soprada pelos ares vencidos, tolhidos pela imensa estupidez.
Quando dobo os queixumes sei que estou mais além.
Para lá do isolamento brutal da insipidez. Sentes?
@ copyright Vanessa Rodrigues
sexta-feira, outubro 07, 2005
-Os delfins foragidos-
segunda-feira, outubro 03, 2005
-Fabricadores de Sentimentos-
Enaltecido, deixou-se emaranhar no novelo fugidio (volátil, incerto, inseguro, voraz, silencioso) do murmúrio aflito do segundo passado (com medo de o agarrar).
Dessa vez sorveu, lânguidamente, a melancolia submersa da nuvem passageira (que transportava a carga simbólica do suspiro).
E agora por que sussurram os homens, se a neve deixou de ter a frieza natural, para se apresentar como uma vontade dos fabricadores do clima?
Ele anseia pela mutação sincera de um outro elemento, na forma sensível dos afectos. Ele anseia que os fabricadores de sentimentos surjam com urgência para que não tenha de sofrer as intempéries da condição humana.
quinta-feira, setembro 29, 2005
-"Propaganda silenciosa?"-
quarta-feira, setembro 28, 2005
segunda-feira, setembro 26, 2005
terça-feira, setembro 20, 2005
[Silêncio Infinito III]
Augura-se solidão perpétua conforme os ditames da esquálida voz que sai dos seus olhos.
É humano.
Deífico.
Talvez celeste, angelical;
Diáfano de gestos e sereno no respirar depois da vingança.
Delicioso prato frio que o sangue derramado acompanha.
sexta-feira, setembro 16, 2005
[Silêncio do Infinito II]
quarta-feira, setembro 14, 2005
terça-feira, setembro 13, 2005
[O silêncio do Infinito I]
Que repousam nas áureas asas do infinito;
E retorquem ao vento as frinchas da sorte,
num silêncio absoluto de serenas confissões.
É aí. Bem alto. Na alta esfera do pensamento que a lassidão se perde.
É justo ao clemente sinal da devassidão mortífera que ele se solta, numa anátema escondida para prender a morte.
sexta-feira, setembro 09, 2005
quarta-feira, setembro 07, 2005
O Juca deixou a Gigi no shopping com o aviso habitual: "Vai lá 'mor. Vê se não gastas muito dinheiro. Volto daqui a duas horas".'
A dona Cândida acabou as lides da sala mais cedo, porque dentro de minutos aquele espaço transformar-se-ia num santuário de homens, frente ao santo televisor.
O André faltou à aula de música, à aula de natação e foi-lhe desculpado não pôr a mesa. "Vá! Por hoje passa".
A Celeste recebeu beijos apressados. O namorado hoje não abusou da sorte. Não lhe pôs a mão nas pernas a pedir mais qualquer coisinha.
O Garcia fingiu uma enxaqueca forte, para poder sair mais cedo do trabalho (mais tarde viria a saber que os colegas foram dispensados para sair meia hora antes). Afinal era o santo futebol. Era a Selecção. Há que ter tolerância.
Pois é! Só é pena que Portugal não páre. Não se indigne. Não refute os resultados com os árbitros da política- da gestão do país, do rumo desnorteado- quando o tema é a calamidade dos incêndios. Nessa altura, Portugal vive a vidinha pacata. Não se exalta. Pena é que o mais importante não páre o país, por um minuto que seja.
terça-feira, setembro 06, 2005
domingo, setembro 04, 2005
quinta-feira, setembro 01, 2005
terça-feira, agosto 30, 2005
[Conversa do tempo]
sexta-feira, agosto 26, 2005
-Para esquecer-
terça-feira, agosto 16, 2005
-O fim do luar-
domingo, agosto 14, 2005
-Conto de outrora-
Rezingão, cabisbaixo e desalentado o Garcia disse, quase em surdina, que já tinha chegado a casa. Mas o tom de voz, nada audível, não chegara ao conhecimento da mulher que ficou toda a noite à espera de um marido que já estava em casa. O Garcia, esse, adormeceu no quarto degradado sem jantar. A mulher, a tal, saiu para casa da mãe, onde passou a noite em penitência por um casamento que nunca dera certo.
quinta-feira, agosto 11, 2005
O luto florestal
Custa-me pensar e constatar que só depois do roubo do fogo é que os portugueses resolvem comprar as fechaduras necessárias para travar esta desgraça. Não digo mais vale tarde que nunca porque esse argumento é inadmissível. Como é possível que nada tenha sido feito? Como é possível que ao fim de cinco anos o panorama das políticas de actuação relativas aos fogos não tenha mudado? Sim, esta estupidez calamitosa, funesta, podia ter sido evitada. Não venham com balelas e exercícios de retórica. Não me convencem de que era inevitável as florestas vestirem-se de luto este Verão. Afinal de que vale avisar? De que vale perder tempo com a diversão das cadeiras dançantes da política nacional? Meus senhores façam-me o favor de serem eficientes e, mais que isso, responsáveis pela situação actual. De que vale escrever cartas ao Governo? Advertir? A mim não me valeu de nada. Demito-me da participação política para expressar o meu desejo, mas apenas a minha consternação pelo egoísmo vigente.
quarta-feira, agosto 10, 2005
Mediocridade#1
Hoje foi assim: O ecrã mostrava a SIC Radical. Sim, aquele canal alternativo! Mas está visto que alternativo nunca foi sinónimo de pedagógico. Confesso que ainda aguentei - entre uma tarefa e outra no computador - uns dois minutos de emissão em directo de um programa do canal. O que aprendi? Parece que realmente não era para se aprender nada. (Talvez desaprender, inversamente!) Esses dois minutos foram gastos com os apresentadores a simularem um enxerto de porrada aos "cameramen" da emissão. A acompanhar, um som característico de onamatopeias de desenhos animados simulava as investidas de murros, pontapés, beliscões, etc. E assim passaram dois minutos de emissão ininterrupta de mediocridade. Potenciem-se outras cenas assim, multipliquem-se as dezenas de programas do género e temos mais que Portugal sentado a assistir a isto. Temos Portugal hipnotizado pelos pontos mágicos das ideologias ocas.
segunda-feira, agosto 08, 2005
Se o olhar espalhasse a verdade e se o fervilhar do corpo denunciasse a brandura que os gestos perdidos ensaiam ao entardecer, e tu não poderias sequer ousar responder com o silêncio. A sombra não delata. Os passos não caminham para justificar o pedido da mente em esquecer o caminho que trilharam. Ontem o manso caminhar dos dedos pelo teu corpo saliente, recolheram o travo amargado da doce impaciência do amanhecer. Talvez quisessem falar de silêncio numa língua paulatina que só o corpo compreende.
domingo, agosto 07, 2005
-A invasão dos bichos-
Os bichinhos fofos, nojentos, insinuantes povoam o espectro social da mesma forma como respiramos, andamos, dormimos. Fazem parte da onda "cool" e conquistaram o dia-a-dia de quem usa as ferramentas de Internet, novas tecnologias, publicidade.
Há um outro bicho nos "outdoors" da cidade: um outro sapo, com uma mescla transfigurada de ET para anunciar um cd qualquer. Há também um browser com o ícone de uma raposa; e uma infinidade de outras possibilidades que fazem deste quotidiano uma rede "zoológica" para tentar perceber, afinal, em que mundo é que vivemos! Que bicho seremos nós neste turbilhão?
sexta-feira, agosto 05, 2005
[País Assim?]
quinta-feira, agosto 04, 2005
-Finalmente Metro-
terça-feira, agosto 02, 2005
-Tributo pel"O Comércio do Porto"
segunda-feira, agosto 01, 2005
(Porta de Babel)
sexta-feira, julho 29, 2005
-IRA-
quinta-feira, julho 28, 2005
-Ensaio sobre a realidade-
quarta-feira, julho 27, 2005
-Impunidade-
terça-feira, julho 26, 2005
-Um Mundo Assim-
quinta-feira, julho 21, 2005
-Espanta Ladrões-
terça-feira, julho 19, 2005
(-Requiem pelo tempo-)
-Ver para crer!-
segunda-feira, julho 18, 2005
-Lucrécia Imperial-
sábado, julho 16, 2005
-Volta Bárbara, estás perdoada!-
A verdade é que eu não me queria fiar no que a TV mostrava e a rádio difundia. Um elogio de personalidade à Bárbara Guimarães, para desculpar a polémica da campanha de marketing político do Carrilho? Agora percebo porque é que não existem atestados de incompetência, nem profissionais credenciados que os possam passar: o país não existiria!
sexta-feira, julho 15, 2005
[-Opinião Pública-]
quinta-feira, julho 14, 2005
-Papa Shoppings-
quarta-feira, julho 13, 2005
"Para lá do tempo sobra tempo"
terça-feira, julho 12, 2005
(-Regaço silencioso-)
sexta-feira, julho 08, 2005
quinta-feira, julho 07, 2005
-Pedra Esquecida-
quarta-feira, julho 06, 2005
(-Permanece a vaguear-)
terça-feira, julho 05, 2005
-#Horizonte quente de embalo#"
[-Desperdício de papel-]
segunda-feira, julho 04, 2005
-Sol de Estio-
sexta-feira, julho 01, 2005
-Serviços da Tecla-
[-Largo da Peripécia-]
quinta-feira, junho 30, 2005
-Silicone e Poder-
-Uma nova família-
quarta-feira, junho 29, 2005
-Cartaz de rua-
terça-feira, junho 28, 2005
-Chuva de Verão-
segunda-feira, junho 27, 2005
"Acasos díspares" [-Parte 1-]
domingo, junho 26, 2005
[-Este pensamento sou eu-]
terça-feira, junho 21, 2005
-Saliva Sem Sabor-
terça-feira, junho 14, 2005
|-Mediocridade Condecorada-|
quinta-feira, junho 09, 2005
-Quarto de Hotel-
segunda-feira, junho 06, 2005
|-Vida de Rua-|
sexta-feira, junho 03, 2005
"A Europa estala"
A Itália há muito pondera a salvaguarda à moeda europeia (sugere a dupla circulação retomando a lira)- hoje o Ministro da Economia italiano realça à Imprensa a força dessa possibilidade. O sonho europeu desvanece-se porque é megalómano, a alto nível.
Houve um salto abrupto nos últimos cinco anos que distanciou ainda mais o espaço público do círculo privado diplomático. O verniz da discórdia estala ainda mais e, na próxima cimeira de Junho, é emergente concertar uma solução para ultrapassar a depressão pós-referendos (as negas da França e da Holanda ditaram a sentença do fracasso; as sondagens da Dinamarca alinham no não).
Até aqui não se ponderou o fracasso do Tratado, não se planeou a estratégia do insucesso - não há plano B (os bons gestores têm sempre plano B) . A culpa? Essa é sempre solteira e inocente, mas neste ponto concreto a culpa é partilhada, sobretudo num nível subsidiário (em Portugal não houve uma única campanha de sensibilização sobre o que é o Tratado Constitucional Europeu). Que fizeram os Estados-Membros para afastar os fantasmas políticos europeus do espaço público? Um vazio oco e ressonante de silêncio....
|-Café displicente-|
quarta-feira, junho 01, 2005
[-A Cultura do Encoberto-]
terça-feira, maio 17, 2005
|-Escaravelho Autista-|
terça-feira, maio 10, 2005
-Valência hesitante-
Sabe a doçura o calor do sol...Mancha-se de saudade à dança das folhas que se sentam na cadeira de Homero, displicentes, abjuradas, sentidas e, no limite, esquecidas.
sexta-feira, maio 06, 2005
A tortura das raízes culturais
Artigo de opinião de
quinta-feira, maio 05, 2005
-Largo da Inveja-
Quando chegava a meia tarde, o sol escondia o calor e, corado de sortilégio, escondia a mulher que amava...
quarta-feira, maio 04, 2005
-Renúncia à desdita-
terça-feira, maio 03, 2005
|-Tempo sem tempo-|
A chave da poupança do tempo roda a fechadura: supermercados com serviço porta-a-porta;telemóveis que fazem tudo (o que lhes falta adicionar? sentimentos?); shoppings; "fast-food"; Tv-interactiva. Não percamos tempo para ficar ainda mais sem tempo para as coisas mais importantes: sentir, respirar, ver, parar....o silêncio....
segunda-feira, maio 02, 2005
Editorial Presença