domingo, janeiro 29, 2006

Pode ser um pedaço de mim a janela que range;
Ou um fragmento da voz o crepitar da fogueira cá dentro.
Pode ser um assobio do pensamento o vento que voa;
Ou o abraço esquecido que a minha alma adormece.

sábado, janeiro 28, 2006

Corre em blues uma nota de Jazz. Lenta, suave, crispante e
negra. Viaja na memória ao soar o piano. Entranha-se no pensamento ao sopro
da
trompete. Jaz lindamente no meu corpo e deixa-se por lá ficar.

quarta-feira, janeiro 25, 2006

[-Uma fenda nas horas rendidas-]

Esta noite deixei o silêncio lá fora para te escrever. Sussurrei ao ouvido do tempo que vi a terra molhada pela neblina e uma fenda na porta das horas. Esperei! Ainda pensei que a tinta corresse, mas o branco da folha causou-me arrepios - calafrios inexplicáveis. A boca secou. O espaço minguou. A minha mão deixou-se estar presa ao lápis. Apaixonou-se assim e não mais o quis largar. Hoje recusa-se a teclar no virtual. Não a censuro!

terça-feira, janeiro 10, 2006

Pedaços do Tempo

Ocupamos pedaços do tempo a fazer o que mais gostamos. Usamos grande parte dele a fazer o que nos é possível para sobreviver, de resto. Quem disse que a profissão é aquilo que fazemos em tempo completo; restituídos de um bem pecuniário? É esse paradoxo que nos preenche e simultaneamente nos oprime. Mas é ele que me faz feliz.

sábado, janeiro 07, 2006

-A Casa de Garret-

Fica em pó...mais um legado do Romantismo português a favor do pedantismo da economia e das razões da ganância. Não há quem puna esta parvoíce. Porque é que me sinto tão pequena na voz da (suposta democracia) para me insurgir contra isso? Obrigada, Democracia (de elite). Pura ironia!

quinta-feira, janeiro 05, 2006

Enquanto tudo for e eu não me deixar ir. Enquanto a razão não deixar de existir. Enquanto o mundo não deixar de ser um cenário pintado para que eu acredite. Fecho as mãos ao manifesto, às fábulas contadas; e à evidência encenada. É porque não me rendo!

quarta-feira, janeiro 04, 2006

Talvez seja o vazio da partida que me faz sentir assim. Ou a falta de dinamismo. "Talvez!". Ou seja da carência do último ano. Do tudo e do nada vivido. Talvez seja da incógnita. Ou de não saber o que escrever, todos os dias, quando na cabeça tenho mil e umas histórias alinhadas, prontas para serem sacudidas para o papel, ou para a tela do computador. É, talvez seja de tudo isso, ou do nada. Talvez seja de mim! E isso, minha gente, nem a tecla apaga.