segunda-feira, agosto 01, 2005

(Porta de Babel)

Império justificado pelo mito da palavra. Pelo fervor da fantasia como Atalanta perdura nos ecos de estórias não contadas, sonhadas, encenadas na nossa mente, expectantes por um momento que desencadeie o sonho. Eu anseio por uma porta de Babel. Por uma entrada que me leve para além do presente sabor a realidade e me carregue pelas frinchas para outro lado. Que me transporte pelas fendas frescas do tempo e me quede numa quimera de sol de semblante mais que luzidio: apaziguador. Anseio pela chave dessa porta; anseio por quem cinzele o ferro giratório de formas indefinidas que ama a fechadura da passagem para outro corredor. Talvez por encanto, a Porta de Babel se deixe seduzir. Se deslumbre, encantada, com a macieza do toque majestoso dessa chave impremeditada.

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