quinta-feira, setembro 29, 2005

-"Propaganda silenciosa?"-

Por esta altura já todos devem saber. Já todos devem ter reparado. Se não logo durante a manhã de ontem, foram obrigados a isso durante o dia. Os jornais diários portugueses (gratuitos e pagos) foram manchados de azul. O papel vestiu-se de tudo menos de jornal. Recusei-me a comprá-lo.
Recusei-me a pactuar com a vampirismo da publicidade. Recusei-me a alinhar com a degradação da informação que é cada vez mais publicitária e troco de uma publicidade que é cada vez mais informação.
Esta intoxicação (des)informativa, este esbater de barreiras entre o legítimo e o ilegítimo; esta mescla de símbolos, ícones e violências simbólicas que nos afastam cada vez mais do que é real, para se converter em propaganda vulgarizada; é corrupta (mas, infelizmente, consensual).
O mercado já não compra o nosso olhar, a nossa atenção: impõe-se de tal forma espontânea e gratuita que as nossas defesas, as nossas alternativas quedam, declinam ao limite da desumanização. Hão-de perceber porquê!

Sem comentários: