terça-feira, julho 12, 2005

(-Regaço silencioso-)

Se o fio de luz acalentar as tréguas que levas no teu regaço, não ensaiarás um olhar desafortunado, nem calarás o silêncio que teima fechar-se na tua intimidade. Se o fio de luz puser a descoberto o teu sereno sorriso, não mais precisarás de justificar a tua chegada com um mau humor entrelaçado em desalento. Se por eventual fortuna um fio ténue de luz celeste abjurar o teu perfume confessarás, por fim, em voz tremida e titubeante, que o regaço que acabrunhas respira de sossego aos primeiros raios da manhã.

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