segunda-feira, junho 27, 2005

"Acasos díspares" [-Parte 1-]

Quando abriu a janela foi como se o mundo respirasse o mesmo ardor que o quarto de bafo emproado transpirava. Abriu os olhos com timidez, porque a luz extenuante ainda lhe feria o estado de recém acordada. Apartou a cortina. Inspirou a manhã e confessou-lhe a noite mal dormida, os sonhos involuntários e o revolver inquieto que por dentro lhe moía a boa disposição. Deixou-se estar. Viu o vento a roçar as folhas do castanheiro. Olhou as pedras a rolar e, por um momento, pensou no dia desmesurado que a embalava pela manhã.

Sem comentários: