segunda-feira, junho 06, 2005

|-Vida de Rua-|

São desconhecidos. Mesmo assim vejo-os muitas vezes. Levam vida de rua, de calçada, de relento cunhado pelo relógio do desgaste. Hoje ela tinha um lenço na cabeça à pirata (vermelho riscado com branco) e um gancho a prendê-lo, não fosse o vento levá-lo para longe. Um bocejo profundo falou-lhe da vida e marcou-lhe ainda mais as rugas; as marcas que denunciam o desgaste. Há num olhar um redobrado sentido. Depois, distraiu-se com o nada e pôs-se a pensar! Até que retomou o discurso para que alguém lhe desse "qualquer coisinha" para o dia. Arranjou o casaco riscado com, branco de malha, que contrastava com a camisola amarela bem justa ao corpo. As calças eram balofas, os sapatos maiores que o pé. Mas a única coisa que não se ajustava eram os sonhos que teria ainda por viver. Pois! Eu sei que quando ela se pôs a pensar em nada, procurava pensar num sonho que nunca teve...Podia ser o dela, quem sabe não seria o meu!

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