sexta-feira, outubro 07, 2005

-Os delfins foragidos-

Há foragidos de guerra, do país, da polícia. Estes são foragidos de consciência, de dignidade, de bom senso. Mais: são delfins porque esquecem tudo que aprendem, permanecendo num constante estado de letargia, de estupidez contagiante, acrítica, lassa, pardacenta. Eles vivem no terreno virgem de ideias, profícuo em exercícios de reverberação; iniciados permanentes na sensibilidade e no limite da honra.
Toda a cidade, todas as ruas, todos os lugares são um vazio preenchido por balofos cartazes políticos de nada (passo a redundância: política já é nada) - desperdício de dinheiro, má gestão pecuniária; estupidez latente.
São estes delfins foragidos de si próprios, órfãos eternos do que podiam ter sido; privados do resto, tudo e nada.

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