segunda-feira, maio 02, 2005

"E se não desejo olhar para a minha vida unicamente como uma sucessão de acasos arbitrários sequentes ao acaso arbitrário do meu nascimento (...) direi antes, assistido pelo doutor Obláth, a questão que se desenhara, a minha existência considerada como possibilidade do teu ser, à luz das sucessivas tomadas de consciência e à sombra do tempo que escorre, transformou-se de uma vez por todas na seguinte: a tua inexistência considerada como a liquidação radical e necessária da minha existência".
Imre Kertész, "Kaddish para uma criança que não vai nascer",
Editorial Presença

Sem comentários: