quinta-feira, setembro 01, 2005

Durmo nas calhas perdidas sacadas pelo tempo. Nos murmúrios venturosas das margens do rio. Na quietude perdida do ferro oxidado, justificado pela degradação e a justeza de um aperto de mãos. Durmo escondido no túnel da memória. No atrofio fugidio de uma balada mal ouvida, esquecida (talvez ansiosa de uma pauta musical, onde a clave passe a ser a de Sol e não a da Lua sombria). Durmo refugiado no teu abraço distante, na quimera saliente que o sonho acolhe no bolso da esperança. Durmo estendido, entregue à forma do relógio incessante, saboreado pela passagem recordada que as mãos abafam para suster o grito.

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