domingo, novembro 13, 2005

-Dias ténues em compasso apressado-

Há dias em que a noite é um fio ténue que passa pelas encostas escarpadas do olhar e ao relento da memória. Outras vezes, é o dia que passa como a noite, numa sessão de insónias em contra- luz repentino.
Estes dias, passam assim: entre a incerteza do dia e a velocidade da noite - sem descanso, ansiedade e cansaço. Estes dias não são dias: apenas meras noções do dia, da vida e de um caminho incerto em que alguém nos guia como pequenas marionetas. Apenas trilhos espaçados de realeza indistinta e sabor insípido.
Hoje os dias não são luz, nem trevas, nem nada. Apenas vivências cimentadas em tectos artificiais, oxigénio manipulado e cadências encurtadas em melodias da palavra. Só o pensamento consegue viajar na estrada de fora, escolher a luz que o toca, o tempo que faz, a melodia que o embala. Talvez seja esse o embalo fugidio: o tecto vazio da liberdade do mundo.

2 comentários:

Anónimo disse...

Olha o dia com olhos de ver..E verás que não é sempre assim..
Bjocas

Unknown disse...

Obrigada por passarem por cá.Falo directamente de Portugal...Divã de insónia