segunda-feira, agosto 08, 2005

Sabes que o silêncio é um tenaz companheiro do sonho que trespassa a memória? Pudera a voz calar a ausência de som com um simples sopro de impaciência, para que o justo pecador se prostrasse diante do altar com a malícia do erro.
Se o olhar espalhasse a verdade e se o fervilhar do corpo denunciasse a brandura que os gestos perdidos ensaiam ao entardecer, e tu não poderias sequer ousar responder com o silêncio. A sombra não delata. Os passos não caminham para justificar o pedido da mente em esquecer o caminho que trilharam. Ontem o manso caminhar dos dedos pelo teu corpo saliente, recolheram o travo amargado da doce impaciência do amanhecer. Talvez quisessem falar de silêncio numa língua paulatina que só o corpo compreende.

1 comentário:

Unknown disse...

Obrigada pelas tuas palavras generosas. Um beijo grande!