sábado, outubro 08, 2005

Estou mais além da solidão constrangida,

Que se perde no rosto do juízo terminal. Sem fé.

Infinitamente só e irreal.

Estou para além das querelas fingidas.

Do jeito fugidio da lobrigada investida da crença.

São vozes que se perdem cá dentro,

No recesso manietado da intempérie das palavras.

Fundem-se em querelas vorazes, sujeitas à inflectida

Cadeira judicial do tempo inflexível.

Imperdoável ao desleixo tardio, pueril e esquecido.

Não interessa. Deixa-se para além da mais crua certeza fingida.

Da realidade que não sente. Não sabe, não conhece.

Como se esquece! Como se retira da vida com o sonho.

Com a indemnização tardia de um sopro de pensamento que outrora superava.

Meretriz voz que o arranca à raiz insaciável, altiva, soberba!

Casta lividez! Como se o manto que enrola a pele tivesse algo de novo!

Fluência! Parte soprada pelos ares vencidos, tolhidos pela imensa estupidez.

Quando dobo os queixumes sei que estou mais além.

Para lá do isolamento brutal da insipidez. Sentes?

@ copyright Vanessa Rodrigues

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