explodes. respiras.
há a vida para uma eternidade, parece-te
encolhes, esticas.
e o eterno é um tempo passado, modorrento
é léxico parco no deambular
horas vagas, lentas
respiras. como respiras.
sonhos, bebes do ar
no lento aconchego do sussurro, de um sono que vem, enquanto tens tempo para ele.
há a vida para todo o sempre
sonhos, muitos sonhos, que faremos
faremos tantos! Ainda há tempo!
naquele dia; haverá sempre aquele dia em que o faremos
depois vem o futuro, que é presente
agonias, resignas-te, consolas-te, baixas os braços
o diafragma encolhe. desaprendeste a respirar. a encher o peito!
vêm os sonhos engavetados,
vem o léxico farto e a falta de tempo
vem a vida, ou um pedaço do que pode ser ela, quando começamos a deixar de viver
quando agoniamos no farrapo do que resta de nós, à noite
quando a máquina se vai por instantes
haverá quem te enxugue as lágrimas
se houver, a vida pode parecer-te essa eternidade que um dia foi
se houver, o todo deste nada pode ser tudo o que te resta
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