quinta-feira, maio 04, 2006

Para lá, infinito!

O corrupio já quase não se ouve.
A azáfama já não estremece;
Já não melindra os passos apressados;
O burburinho já se percebe longe,
Na encosta daquela luz tímida que o silêncio absorve
Tão serena.
Quietude malandra. Adocicada e ébria.
Enternecida pelas causas comuns;
Ou os gestos palacianos da sagacidade ruim;
Do violento sopro da luxúria;
Dos gestos rebuscados;
Das expressões sedentas de lugares sem tema;
Balelas contorcidas;
Esquecidas em mentiras ternas;
Como a voz do vento fingido
Que me roça o cabelo e a calma.
Já soprei. Já embalei o sono da fome;
A justeza das palavras que ficam cá dentro e não saem
Para te abraçar, sem sorver o sonho
Apenas o instante do lance.
Aguerrido.
Estendido na fina memória .

Sem comentários: