quarta-feira, fevereiro 24, 2010

-Alma Silício-

Sair para fora sem entrar. Chuva. Atrito. Estrada. Clap. Chuva oblíquia, líquida, liquefeita, liquefacta. (Casada De Facto?). É água que cai das nuvens: agulhas novas a entrar na Pele (pél~[ë]). Ele? Esquinas. A casa branca da mulher que morreu. A casa verde da mulher que viveu. A casa. Só a casa. Sem-casa. 

Vento. Ai, que assobios. Arrepios. Cá dentro? Árvores sem galhos, podados. Os ramos secos, ardidos, queimados, amarelos, a querer ir com o vento e a arrastarem-se presos. Desgastam-se. Quase se vão, sem ir. Agoniam. Um quase-ir para, ainda, ficar. Ahhh! Se eu fosse humidade nas varandas. Húmus, musgo, lama pardacenta muito conspurcada. Lítica de mágoas. Haverá? 

Restos de chuva, gotas blasé, modernas, comerciais, de chuva fabricada (en-ce-nada), nas paredes da branca-casa. Onde viveu aquele homem que lhe batia. Agonia. Trazia outros lá para casa depois do expediente. Doente. Crises. Anemias da alma. Falta de fibra, ferro. Arre! Como oxidas! Não escorre água. 

A casa é cinzenta, coitada. O homem segura-se no muro. Não tem casa de janelas para os ver passar. Está frio. Calafrios. Cala-te a frio! Será isso? Sair para ir e não entrar. Voltar. Não arredar pé e arribar na vida. Sem saída. Crime. O Castigo é ficar. Sem ar. Sufocar. Vem. Pluff, nuvens de oxigénio. Água da chuva. 

Galhos que são esqueletos de passagem de tempo. Vento. Bluff! Verde alegria, verde inverno, verde mata, mata.Gal. (Que é?). Verde-agonia. Verde sibilingórnio. Verde-raiva-aiva-aiva. Castanho terra, lama-marron, ahhh: lama cor-de-tronco maduro. Glac-plung. Partiu o pau. O galho foi-se, castanho terra húmida. É terra. Só terra. Erra, como erra! É alma-silício: castanha em estado amarfo, cinzento chumbo se cristalizado, (antes de partir: tudo se parte, o corpo vai) - funde-se a 2 000ºC e volatiliza-se no forno eléctrico! 

A vida, pluf: é um curto-circuito!

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