Sou mundo em convulsão. Solidão.
Restos de pó nos armários da casa,
Casas, paredes de pedra, silêncios, imensos…
Um voo sem asa, apneia, sustém, liberta.
Sou autismo, convento de silêncios e agonias
Arrepios de liberdade que se vão.
Não me agarrem
Deixem-me ir leve, como pena, gota de água, chuvas brisas, areia lambida pelo mar
Ar, tanto ar. Deixa-me respirar…
Sempre o ar para me deixar ir, levar, arrastar, sem nada,
Só ir, ir, ir… Para ver se o pó da casa ainda é o mesmo. E voltar.
Não me agarrem, deixem o sal correr pelo corpo.
Deixem os dedos enrugarem de silêncios,
De pores-do-sol que não vejo se aqui ficar,
De ventos que me afagam rostos de dias,
Rompendo o espartilho com que me abraças a sufocar.
Sou mundo em convulsão,
Vulcão sem lava, réstia de sol com tuas nuvens
Que me apodrecem a vida
As veias lentas que me correm de esboçados sorrisos.
Nada. Em nada. Um ego empolado. Esmagas-me de silêncios…
Mudez aflita, omissões daquilo que não sou. Solidão.
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