Será que vertigem ao contrário tem menos efeitos secundários? Será que os efeitos secundários causam menos vertigens?
Gostas do rodopio das folhas. Do cheiro da chuva. Das palavras que não se dizem. Que te sussurrem ao ouvido como se fosse o último trago de vinho. Dos olhares que nunca mais vês porque não esperam nada de ti. Dos lábios em almofada. Do vento que te bate na cara, como se fosse a última carícia. Gostas das coisas simples que ninguém vê. E que aos olhos dos outros são assim tão complicadas. Tão sem significado. Gostas dos baús vazios para encheres de tralhas pequenas. E, afinal, és tão simples de preencher. E nunca ninguém chega lá! Como se te tivessem trancado num quarto, onde, de vez em quando, alguém entra pela janela sem cortinas. Pedem-te que a abras, como se não vissem que nada lá está. Porque ela está aberta.
Ainda esperas a vertigem? Ou a alucinação dos efeitos secundários?
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