Por Vanessa Rodrigues
É quando prefiro o silêncio da música
Que me reclino nas palavras que vadiam cá dentro;
Nas misérias fantasma que me assolam o sentimento;
No calmante trago que o vinho deixa com a saliva.
E o frutado álcool que estonteia e liberta.
É aí que percebo o lirismo do sonho;
A conquista desenfreada que me impele a suportar,
Que me justifica os caminhos como ténues atalhos;
Trilhos com rumo, e desprovido de ilusões.
Danço na pedra vazia, bem longe de todos.
Rio-me da felicidade. Do sentimento bom.
Da vibração incomum da flor da calçada.
Da luz do equinócio que me deixa respirar - finalmente!
E lá que sou feliz.
No mundo saboreado e de texturas diárias.
Onde aprendo sempre, a ver um som.
A imaginar uma cor.
Outra e mais outra!
Talvez sejam muitas. Como as palavras.
É nessa sede de saber.
Nessa consciência incessante de que o ciclo é curto
Na inconfidente pureza. Que sou feliz.
No silêncio da música de quem vê um som.
O percebe. E a ele se estende.
Como essa neblina que me afaga o rosto.
Que me reclina absoluto na poltrona viva da vida.
Nessa tela colorida.
Nesse cenário singular,
Onde pinto a preto e branco as cores de todo o mundo.
As gradações estonteantes das emoções;
escondidas pela expressividade do rosto,
a querença sólida de outra manhã assim.
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