Há dias em que a noite é um fio ténue que passa pelas encostas escarpadas do olhar e ao relento da memória. Outras vezes, é o dia que passa como a noite, numa sessão de insónias em contra- luz repentino.
Estes dias, passam assim: entre a incerteza do dia e a velocidade da noite - sem descanso, ansiedade e cansaço. Estes dias não são dias: apenas meras noções do dia, da vida e de um caminho incerto em que alguém nos guia como pequenas marionetas. Apenas trilhos espaçados de realeza indistinta e sabor insípido.
Hoje os dias não são luz, nem trevas, nem nada. Apenas vivências cimentadas em tectos artificiais, oxigénio manipulado e cadências encurtadas em melodias da palavra. Só o pensamento consegue viajar na estrada de fora, escolher a luz que o toca, o tempo que faz, a melodia que o embala. Talvez seja esse o embalo fugidio: o tecto vazio da liberdade do mundo.
2 comentários:
Olha o dia com olhos de ver..E verás que não é sempre assim..
Bjocas
Obrigada por passarem por cá.Falo directamente de Portugal...Divã de insónia
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