sexta-feira, julho 21, 2006

© Vanessa Rodrigues
Aquele respirar ofegante era de dúvida?
Constrangimento convalescido!
De pensamento inebriado de indecisão e postura indelicada por nada.
Talvez aquilo? O olhar no escuro?
Ou outro tempo?
Aquele que sorria mais estreito,
Eufórico! Impressão?
O respirar suspirado parecia chorar. Não!
Tombava inquieto. Pueril! Habituado! Súbito! Normal!
E em que deslizaste? O que te fez hesitar?
Foi o constrangimento seduzido,
Recatado, assim daquela forma discreta e neutra. Rude!
Nada! Esquece!
Como o rosto passadiço da rua, que nem vês por vezes!
Não sei! E porque não perguntaste?
De indiferença.
Palavras cortadas. Nas entrelinhas, que não entendo.
Pela distância. Proximidade simultânea. Erro!
Via de dúvida desvanecida naquele tempo.
O que virá! Pela partida!
Porque já não restará dúvida. Então!

terça-feira, julho 18, 2006


Sob as águas malhadas do lago do nevoeiro, dança a poalha turva, sonâmbula e mal dormida.
Em breves ruídos estremunhados, ela sonha com as delícias de Inverno que competem com as cores quentes desse Outono sedutor. Ela sabe que é mais solta no Estio. Mais doce com as folhas secas. Mais genuína com os cheiros adocidados dos bafos quentes do arvoredo. E da humidade da terra.
A água, agora matizada com os reflexos circundantes das nuvens, (das árvores, das flores adormecidas, dos barcos, dos cisnes, dos patos, dos pássaros), revolve-se enrugada pelo vento célere que a inqueta. E pensa, saudoso, nas páginas de tempo que já rasgou. Nas rugas pardas que cravou no ar. E nos suspiros inquietos que deu sem pensar!

sexta-feira, julho 07, 2006

Depois da morrinha impertinente, que entranha a respiração silenciosa do vento, o sol abriu a janela e espreguiçou-se sobre a cidade. Disse bom dia; e talvez eu não tenha ouvido, porque, a essa hora, já estava escondida sob a luz artificial dos barulhos urbanos. Sob o fervilhar inquieto da cegueira frenética que apaga as sensibilidades e as intuições silenciosas.